Somente no Comitê de Ética, o presidente do Senado responde a quatro processos por quebra de decoro parlamentar
Absolvido no processo de cassação de seu mandato no Congresso Nacional, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ainda é acusado de diversas ilegalidades. Entre elas estão: uso de laranjas para obter empresas de comunicação em Alagoas e a arrecadação de dinheiro nos ministérios comandados pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) para pagar propinas. Por 40 votos pela absolvição, 35 pela cassação e 6 abstenções, sendo que eram necessários 41 votos para que Renan fosse cassado, ele foi absolvido no último dia 12 da acusação de recebimento de recursos de um lobista da empreiteira Mendes Júnior para pagamentos de contas pessoais, como a pensão para a jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha.
Além dessas denúncias, Renan responde mais três vezes por quebra de decoro parlamentar e falsificação de documentos para comprovar a venda de R$1,9 milhão em gado em um período de quatro anos. O presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), quer unificar duas das três acusações contra o presidente do Senado. O risco de ter o mandato cassado ainda existe e quando questionado sob algumas provas existentes contra ele, Renan se defende e aponta a mídia e seus adversários como manipuladores da verdade. Porém há testemunhas como o advogado Bruno Lins, ex-marido de Flávia Garcia, funcionária do cerimonial do Senado, que confirmam a participação de Renan nos diversos esquemas ilegais, como o de arrecadação de dinheiro nos ministérios do PMDB. Em reportagens publicadas pela revista Época e pelo jornal Folha de São Paulo, Lins ainda afirma que ele próprio já chegou a buscar a propina.
O advogado também disse que Renan, juntamente com seu ex-sogro, o lobista Luiz Carlos Garcia Coelho, beneficiaram o banco BMG em negócios com o INSS durante a implantação do sistema de crédito consignado a aposentados e pensionistas em troca de propina. Segundo a Agência Brasil, Lins fez as acusação durante o depoimento dado à Polícia Federal no dia 6 de setembro e mencionou Renan e o lobista na armação de um golpe milionário contra o fundo de pensão dos Correios, o Postalis. Os dois iriam construir um resort em Trancoso-BA e o orçamento seria superfaturado para que nenhum dos dois gastasse nada e ainda dividissem o lucro.
Schincariol – Renan teria impedido a cobrança de uma dívida de 100 milhões da Schincariol no INSS e na Receita Federal porque esta empresa comprou a fábrica de refrigerante do deputado Olavo Calheiros, seu irmão, por um valor muito acima de mercado (R$ 27 milhões, sendo que a empresa estava com problemas financeiros e somente poderia custar até R$ 10 milhões). O caso da Schin é um dos mais graves que pesam sob o presidente do Senado, mas o processo ainda está em andamento no Conselho de Ética. Ele pode responder novamente por improbidade administrativa e tráfico de influência, somando cinco anos de prisão.
A Veja também denunciou que Renan seria dono de participações em empresas de comunicação alagoanas, adquiridas por meio de laranjas, e o fato foi confirmado pelo usineiro João Lyra, que afirmou a sociedade com o presidente do Senado nessas empresas. A Procuradoria do Ministério Público pode investigá-lo por falsidade ideológica e sonegação fiscal. As penas somam dez anos de cadeia.
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