sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Mais um inocente é assassinado (publicado dia 08/08)

Mais três acusados de participarem da quadrilha de rapazes de classe média que matou o policial civil Yan Milton na frente da Fashion Club foram presos hoje (8). O crime aconteceu no dia 2 de julho em Salvador quando o policial saía de uma festa e foi abordado em uma tentativa de assalto. Robson José Oliveira, Rafael Silvani Ramos e Pedro Pedreira Mercês prestaram depoimento à polícia e negaram o crime. Que surpresa, não? O autor do disparo que matou o policial, Hélio Ramos, sentiu a adrenalina de viver “grandes emoções” em um típico filme de ação e acabou tirando a vida do oficial. Certo de que ele e seus comparsas eram superiores à lei, porque possuem dinheiro, prestígio e educação se arriscou demais e agora pode pagar para ver. Não afirmo que irá receber uma punição legítima porque tendo dinheiro tudo é possível, como o caso de uma filha que mata os pais com a ajuda do namorado e ainda pode conseguir habeas corpus. Essa garota é a Suzane Von Richthofen, que vira e mexe consegue regalias que não são cogitadas para os presos comuns (em sua maioria negros, pobres e sem educação). Não quero nem lembrar dos assassinos do índio Galdino, dos agressores da empregada doméstica no Rio de Janeiro e dos milhares de casos que a mídia não divulgou, pois não lhe interessava. Eu paro para pensar e me pergunto: o que leva pessoas que tem “tudo” que tantos lutam para ter(família,dinheiro,saúde, educação…) a cometerem atos cruéis sem necessidade? Será que é por diversão? A sensação de impunidade no país estimula esses tipos de comportamentos? A imagem do bad boy está superando a do herói bonzinho? Que inversão de valores dramática é essa que está acontecendo no mundo? O dinheiro e o poder viraram objetivos que tornam tudo possível, inclusive acabar com o ser humano como se fosse animal? São perguntas que me faço sempre quando vejo como muitos “endinheirados” agem de forma suja, levando tudo na brincadeira, ironia e ainda dormem bem sabendo do que fizeram. Os rapazes baianos presos, enquanto eram filmados por uma rede de tv, riam muito, brincavam, faziam caretas… Acho que não existe consciência na cabeça desses marginais. Pessoas que não estão a margem da sociedade, mas que estão intrínsecas na podridão dessa sociedade que se prolifera. Ratos que só gozam com a carniça alheia.

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