
Além dessas denúncias, Renan responde mais três vezes por quebra de decoro parlamentar e falsificação de documentos para comprovar a venda de R$1,9 milhão em gado em um período de quatro anos. O presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), quer unificar duas das três acusações contra o presidente do Senado. O risco de ter o mandato cassado ainda existe e quando questionado sob algumas provas existentes contra ele, Renan se defende e aponta a mídia e seus adversários como manipuladores da verdade. Porém há testemunhas como o advogado Bruno Lins, ex-marido de Flávia Garcia, funcionária do cerimonial do Senado, que confirmam a participação de Renan nos diversos esquemas ilegais, como o de arrecadação de dinheiro nos ministérios do PMDB. Em reportagens publicadas pela revista Época e pelo jornal Folha de São Paulo, Lins ainda afirma que ele próprio já chegou a buscar a propina.
O advogado também disse que Renan, juntamente com seu ex-sogro, o lobista Luiz Carlos Garcia Coelho, beneficiaram o banco BMG em negócios com o INSS durante a implantação do sistema de crédito consignado a aposentados e pensionistas em troca de propina. Segundo a Agência Brasil, Lins fez as acusação durante o depoimento dado à Polícia Federal no dia 6 de setembro e mencionou Renan e o lobista na armação de um golpe milionário contra o fundo de pensão dos Correios, o Postalis. Os dois iriam construir um resort em Trancoso-BA e o orçamento seria superfaturado para que nenhum dos dois gastasse nada e ainda dividissem o lucro.
Schincariol – Renan teria impedido a cobrança de uma dívida de 100 milhões da Schincariol no INSS e na Receita Federal porque esta empresa comprou a fábrica de refrigerante do deputado Olavo Calheiros, seu irmão, por um valor muito acima de mercado (R$ 27 milhões, sendo que a empresa estava com problemas financeiros e somente poderia custar até R$ 10 milhões). O caso da Schin é um dos mais graves que pesam sob o presidente do Senado, mas o processo ainda está em andamento no Conselho de Ética. Ele pode responder novamente por improbidade administrativa e tráfico de influência, somando cinco anos de prisão.
A Veja também denunciou que Renan seria dono de participações em empresas de comunicação alagoanas, adquiridas por meio de laranjas, e o fato foi confirmado pelo usineiro João Lyra, que afirmou a sociedade com o presidente do Senado nessas empresas. A Procuradoria do Ministério Público pode investigá-lo por falsidade ideológica e sonegação fiscal. As penas somam dez anos de cadeia.